domingo, 16 de dezembro de 2007

Reflexão individual sobre Pedagogia

Reforço a opinião que se trata muito mais de uma ideologia que uma ciência a pedagogia. Vejo que outras áreas do conhecimento constroem o projeto que o pedagogo que o professor trabalham.
Na verdade compreendo que o professor/educador não é preparado adequadamente, pois o seu papel é de veículo apenas, um mensageiro, que possui como plano o conteúdo selecionado pelo economista, pelo sociólogo, pelo psicólogo, pelo político e por que não dizer pelo empresário.
É interessante ver como os pressuposto da pedagogia, enfim, todo o seu discurso e embasamentos são lastreados nas grandes verdades da modernidade. Que se provaram falaciosas ou erradas frente ao teste da realidade. Então, em derivada a esta verdade moderna, se discute uma escola produtora, tenda-se preparar um professor reflexivo.
Mas quando entro na escola, quando vejo as crianças, observo as práticas da professora, fico realmente convencido que não pode ser diferente. Aqueles pequeninos precisam se socializar e compreender as regras sociais. Precisam saber a língua e princípios lógicos matemáticos, por que é isto que cabe a eles saberem. Como uma ordem natural das coisas, um jogo de castas, que funciona harmoniosamente para a sociedade. O professor não deve ensinar a inveja ao trabalhador, ou a revolta a ordem natural das coisas as crianças e aos jovens. Deve sim, preparar o aluno para a vida, para a sociedade.
Não! A escola política e um professor militante! O trabalho em sala e o fazer docente (uma aula competente) é preparar as crianças para que saibam ler corretamente, se expressarem de maneira adequada, que possuam bons fundamentos de lógica e matemática, sem resgates históricos, sem movimentos sociais X, Y ou Z que distorcem o juízo e poluem a compreensão.
O indivíduo bem preparado saberá como escolher o que é melhor para si e se este sujeito livre perceberá que suas necessidades estão interligadas a uma cadeia produtiva não fará nenhum atentado ao outro, a sociedade e a ordem natural.
Imagino um garoto, por exemplo, (e citado no caderno de campo com nome de Gabriel) quando adulto procurar um emprego, querer formar uma família, ter amigos, possuir o necessário para viver dignamente. Vejo que o currículo necessário a ele não é dança africada, ou folclore caipira, muito menos datas históricas com seus heróis. O que ele precisará saber são as leis, a lógica, a língua pátria, a interpretação de textos e ser criativo (que não é ensinado necessariamente, mas pode ser estimulado na escola) para contribuir ativamente com a produção da riqueza e sua distribuição.
A escola certamente fará uma seleção natural e justa (focando esforços nos melhores e mais hábeis em cada área), como a sociedade faz, assim como também na natureza, o melhores e mais criativos serão destaques independentemente de seu capital cultural, pois é intrínseco ao humano superar qualquer obstáculo e dificuldade na competição social em busca de seu bem-estar. Não é por acaso que o projeto pedagógico e a própria pedagogia não são ciência.
O projeto deve ser subordinado ao projeto político de sociedade (de um governo eleito pelos cidadãos) que por sua vez é interligado com a produção e distribuição da riqueza, problemas econômicos e não pedagógicos.
A pedagogia deve servir para preparar o homem do labor, tanto intelectual quando o mais humilde os cidadãos, provendo a ele (como já dito antes), língua, lógica e ajudando a desenvolver criatividade. O professor por sua vez não é o indivíduo que pensa a educação, pois ele, não tem a visão global do social e de suas necessidades, somente quem pode fazer isto é o político na figura do homem esclarecido que utiliza a ciência social para tal.
Controle, medição, planejamento e o coordenado pedagógico como um gerente de processos. Estas são palavras de ordem, que não necessariamente podam o trabalho docente, pois como já definido é o de transmitir o conteúdo básico somente, escolhido pela sociedade por meio da representação política com finalidade de produzir o necessário a própria sociedade.
Uma escola que deixa o indivíduo filiar-se à opção política qualquer, que realmente garanta uma qualidade e a liberdade natural, portanto a escola realmente democrática, pois não retira o sujeito de seu lócus social, apenas oportuniza verdadeiramente. Todos sabem o necessário para apreender tudo o que lhe interessar. E participam ativamente da produção da riqueza pois estão inseridos no mundo do trabalho e na participação política por mediação da representação.
Como falar que a escola pública não é de qualidade? É simplesmente uma questão de foco no real papel do professor que atualmente é distorcido por um discurso velho e ultrapassado com tendências totalitárias. Como dizer que devemos politizar o ensino em qualquer nível e retirar a educação de seu papel apoiador do projeto político-econômico? Que pretensão é esta do pedagogo que ainda não se formou quanto classe, sem conselho, sem sindicatos fortes? Que escola revolucionaria é esta que vincula a criança com a formação de um novo homem, quando sabemos que as experiências marxistas falharam?
Devemos resolver um problema por vez, e o problema é como oportunizar bem o conteúdo básico em todo território? Neste caso de logística, talvez o professor caiba a mesa.